Páginas

segunda-feira, setembro 29, 2008

Cadê a vida, Cadê a cor


Ando meio assustado
esse mundo tá pardo,
igual papel de pão usado.

Na vitrine eu vejo tanta coisa...
Tanto barulho pra nada.
Cadê nossa imaginação, que não mais coita?
Cadê a nossa empolgação ao sentir a madrugada?

É tanto ouro que a grama vai secando
E nos mostrando todo o final,
Que construimos no gerúndio: Acabando
Morrendo por coisa tão banal.

Ando meio assustado
esse mundo tá pardo,
igual papel de pão usado.

Cadê os lápis pra colorir esse papel?

.

sábado, setembro 27, 2008

Garoto Estranho


Entrou na vida e se sentou,
incomodado com o mormaço, falou:
- Como podem viver assim? Quero calor, mas de outra forma!
e então responderam:
- Olhe ao redor, filho, todas as formas possíveis.
Aí então a mente acorda...

E tinha tanto a falar, mas calava
E tinha tanto a sentir, mas anestesiava
Tinha tanto a sorrir, mas chorava
Tinha a vida que quis, mas definhava...

Com vagar tentou se erguer
Levantando a bandeira do saber
Saber que tudo é bom e ruim
saber que o início também tem fim

E se o vir por aí, vai olhar a alegria e tristeza contrastando
como duas faces de um velho pano
usado pra secar o rosto e seguir em frente
Bem além do poder da mente, que mente ser só imaginária...

Sem me Preocupar


A alma almeja a boca cheia
De palavras com calma ao perder as estribeiras
e cavalgar tanto pra que o nada se ache
na etlicidade da embriaguês, algo que te arremate

O abate ainda não foi feito
No leito do ser ainda está o peito
que bate com inconstância
nos lapsos e voltas nas lembranças

Voam, ecoam, sopram no mar
E o olhar que viu tudo isso, se estarrece
enriquece a vista de tanto amar
e se cega no vício que cresce...

...vício que eu tenho, de ir sem me preocupar.