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quarta-feira, novembro 26, 2008

Sentir, Encontrar, Sorrir


Tente entender, meu ser é não ser
Nada disso que se vê, mas tudo que se sente
Então tente entender, pois o que sinto é querer

Não aqueles que se vê em qualquer lugar, por conta da superfície
É algo que veio quando olhei sua alma quando me disse:
É estranhos sermos tão próximos assim.

E isso tudo é o que a visão oculta
E mesmo assim o coração brilha na penumbra
tentando achar um brilho semelhante
que de perto reflete o seu semblante...
aquele que busco todos os dias.

terça-feira, novembro 04, 2008

Me Vê


Me vê? Talvez eu nem exista
Seja algo insista em viver... morrendo.
Mas tudo isso é pura desculpa,
Lágrima de quem procura alento.

Atento e aéreo, tento capturar o vento
Tão livre e preso quanto eu,
Nascido de ventre negro, trabalhador, mas sujeito... ao meio
Que nos joga tanta coisa que nunca tinhamos feito.

E então, me vê?
Não com os olhos deles, mas o seu
Aquele que me olhou da primeira vez, me abraçou
Aquele olhar que te fez esquecer
Dessas diferenças de hoje, de qualquer ser...

Me vê?

domingo, outubro 26, 2008

Transbordamento de Tudo


Eita alma!
Não se acalma nunca
Nem quando sobra tanta falta
Nem quando a vida afunda

Inunda todas as saídas e contrai os pulsos
Parecem querer sair do corpo
Que dança em movimentos confusos!
Desenho torto de traço solto

E de tanto guardar, explodiu
Deixando pedaços de mim em tudo
Um andarilho, piso de chão avulso
Que de tanto chorar, olhou pra frente e riu.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Tardia Memória


Se lembra... ou não?
Somos tão sãos quanto os santos
Amparados de mantos
Que são quase chão.

O que temos em nossas mãos é presente
Futuro constante inconsciente
No instante inseguro da mente
Que faz com que o passado se movimente

Mas pra que tanto... lembrar?
O que vemos é fato
Afetado, bem além do tato
E nos faz... sorrir e chorar.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Cadê a vida, Cadê a cor


Ando meio assustado
esse mundo tá pardo,
igual papel de pão usado.

Na vitrine eu vejo tanta coisa...
Tanto barulho pra nada.
Cadê nossa imaginação, que não mais coita?
Cadê a nossa empolgação ao sentir a madrugada?

É tanto ouro que a grama vai secando
E nos mostrando todo o final,
Que construimos no gerúndio: Acabando
Morrendo por coisa tão banal.

Ando meio assustado
esse mundo tá pardo,
igual papel de pão usado.

Cadê os lápis pra colorir esse papel?

.

sábado, setembro 27, 2008

Garoto Estranho


Entrou na vida e se sentou,
incomodado com o mormaço, falou:
- Como podem viver assim? Quero calor, mas de outra forma!
e então responderam:
- Olhe ao redor, filho, todas as formas possíveis.
Aí então a mente acorda...

E tinha tanto a falar, mas calava
E tinha tanto a sentir, mas anestesiava
Tinha tanto a sorrir, mas chorava
Tinha a vida que quis, mas definhava...

Com vagar tentou se erguer
Levantando a bandeira do saber
Saber que tudo é bom e ruim
saber que o início também tem fim

E se o vir por aí, vai olhar a alegria e tristeza contrastando
como duas faces de um velho pano
usado pra secar o rosto e seguir em frente
Bem além do poder da mente, que mente ser só imaginária...

Sem me Preocupar


A alma almeja a boca cheia
De palavras com calma ao perder as estribeiras
e cavalgar tanto pra que o nada se ache
na etlicidade da embriaguês, algo que te arremate

O abate ainda não foi feito
No leito do ser ainda está o peito
que bate com inconstância
nos lapsos e voltas nas lembranças

Voam, ecoam, sopram no mar
E o olhar que viu tudo isso, se estarrece
enriquece a vista de tanto amar
e se cega no vício que cresce...

...vício que eu tenho, de ir sem me preocupar.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Dança de Salão


Na mesa de um salão, sentado
Calei meus pensamentos pra ouvir teus passos
De longe a dança parecia chegar a mim
Devagar me colocando em um transe que me lembro que vivi

Vivi e amei
Nos tangos e voltas de bolero,
valsas com sorrisos sinceros
embriagados por tanta agradabilidade

E de tudo isso tirei um passo novo
dois pra lá, dois pra cá e sigamos em frente
Pois o que eu sinto ainda queima como fogo

e se tudo aqui dentro é tão quente
temos que sair pra respirar o frescor de um estorvo
marcado pela paixão de duas pessoas, mas só uma mente.

Mormaço

Amasso um papel e sinto um trago
Traz a morte de um chão
Que faz o rico ficar escasso
Descaso dos acasos e do não
Não quero, não posso não faço
Mas se fizesse o papel virar árvore
A poesia não seria um cigarro
E sim o formigamento do corpo diante da vida.

quarta-feira, agosto 20, 2008

noite mal-dormida


Aqui em mim tenho você
e isso me incomoda
porque o interno não é externo
não quero só sentir, quero ver

Ver, tocar, cheirar, ouvir
ouvir os passos
cheirar a pele
tocar os lábios
ver desejo

anseio de uma noite mal-dormida.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Caminhada


O dia vêm depois da noite
E nos mostramos fortes pra vencer
mas será que agüentaremos o açoite?
A vida é mais dura do que se vê.

Depois de séculos na memória
Um instante a mais é sempre uma chance
Estamos correndo pra vencer o tempo, a hora
Nossa determinação será nosso ângulo de alcance

E quem achava que não poderiamos lutar mais?
Todos iram cair, e terão que se redimir
Zumbi ainda não morreu no meu peito

O que eu sei hoje é que sem justiça, não existe paz
E sem exitar, iremos properar e resistir
Até que todos sejam iguais em todos os meios.

Porque a noite me cai bem


Porque a noite me cai bem?!
Ela é escura e nua
Porém esconde segredos
Bem maiores que a Lua.

Patriota


Patriota?!
Patriota?!
Esse povo acha que somos idiotas!

Patriota?!
Patriota?!
Eles são os que esconderam nossa história!

Patriota?!
Eles omitiram nossas vitórias pra pensarmos em derrotas!
Patriota?!

Eu não! Sou de outro canto
O canto dos meus ancestrais
Que não morrerão jamais
pois continuarei panafricano
e lutarei
até o fim
que não vai ser agora.

Agora não!

terça-feira, julho 22, 2008

Febre Fria


Parece tudo vago
Como as pessoas a andar
Ponho a sopa no meu prato
pra ver se passa a febre que sinto


E ao caçar a cura pra tanta dor
Vejo que o frio me toma
E aquele fervor
Parece mais o meu rancor da vida

Que estranho isso,
Mas tão familiar quanto o vinho
Perambulando pelo sangue
E recriando tudo o que sinto

Minto ao pensar que estou doente
Pois o que a gente sente
É uma vontade gritante
de viver intensamente

Cotidiano


Todo dia não sabemos o que esperar
E mesmo assim supomos o óbvio
Mas sempre fica no ar
Aquele ócio que queremos nos livrar

Livrar, nos livros que lemos
Conversas que temos
Gargalhada que damos

E mesmo conseguindo desse jeito
Parece que nada mudou.


Então lutamos, caímos, levantamo-nos
Esperando que o suor se materialize
Mas não esperando que o sonho se realize.

segunda-feira, junho 30, 2008

O dilema de Ícaro


Entre escombros e vidro, cá estou
A vida continua e o que contruí desabou
Tomou o rumo de uma pedra, que tende a descer
Talvez morta, mas quem irá saber?

Um dia resolvi me jogar e tentar voar
Minha vida é de pedra
Mas meus sonhos são asas, que planam e planejam no ar
Quem me fortalece não vai ver minha queda

Asas de pedra não parecem voar
...e vidas de penas no sol irão queimar
.

domingo, junho 29, 2008

Catálise da Catastrofe


Os versos aqui
São o que um dia fui
E o que posso sentir
À respeito do que está prestes a ruir

Em cada estrofe uma catástrofe constante
Na imensidão de um momento distante
Que chega perto da vista
Mas se afasta da vida

E de tudo isso tiramos o que nos é útil
Mas o que significa utilidade?
ferramenta de bondade ou maldade
Só quero não ser nenhum usado pra coisas fúteis

E daí sim posso fazer a catálise de quem sou
sem propósito pra ninguém,
só a vontade de viver.

domingo, junho 22, 2008

Pluma



Sabe aquele menino triste?
É parte de você
Deixe o crescer e vai ver
que a alegria não é nada perto da dor que persiste

E aqueles dia de névoa laranja
Rastro do sol que você sempre quis ver
talvez sejam só lembranças
esperanças que morrem pelo dia que vai e volta sem saber

E por enquanto o melhor parece se afastar
mas está do lado
E é com força que levo esse sorriso no rosto
e a apatia como fardo

Caindo em sono, sonho profundo
que só se pode dividir ao acordar
mas como ninguém parece se importar
quero estar aqui, sonhando acordado
uma pluma de anjo em meio ao mundo.

sábado, maio 17, 2008

Medo de quê

.
.
.
Quem se esconde?
Quero saber.
Aqui só existe verdade
Você tem medo de quê?

Oculta é a face do tarçoeiro
descoberta é a face do guerreiro
que luta e reluta
Em mandar embora o nevoeiro.

E até os olhos não se cruzam quando o segredo ronda
e até um olá se leva em conta
pra se afastar e não ver
que segredo bom é só o de viver.

Não esconda o que é, não
Pois pode ser o pior
de trazer a sombra ao coração
sendo que com a verdade, tudo pode ser melhor.

segunda-feira, maio 12, 2008

O Início



Se a chuva fosse tanta

Mesmo assim, resistiria

E se o caminho fosse muito longo

Eu estaria alí, persistiria

como faço nos dias de hoje.

Se o ar te faz cair,

Suba junto a ele.

Lembra de tudo que eu disse?

A verdade existe

Pra quem deseja ver,

Pra quem vê o amor renascer.

Mas e se tudo desmoronar?

Ao teu lado estarei,

Pra fazer todo o fim mudar...

E virá o início.

Do fim? Então que não se justifique dentro de todo esse amor, um relampejo.

domingo, maio 11, 2008

Tiras de filme velho


Sinceridade plena quero alcançar
como qualquer cena de um curta ou longa metragem
e tirar dalí a vantagem de ser verdadeiro.

Espero que você e todos também sejam
Sei bem que a sombra serve pra encobrir
mas dentro dela, prefiro descansar
e se tu te escondes, um dia a verdade irá surgir.

Vem, vem descobrir em que parte deste filme estamos
pois eu não sei mais se te quero
porém espero
e sangro, pois te amo.

Como numa comédia romântica sarcástica...
Onde o pierrot ainda chora.

terça-feira, abril 29, 2008

Cantos e rios

Sem sombra de dúvida
A dúvida nos mantém vivos
Num misto de alegria e chuva
Que completam as tristezas de nossos rios

Rios profundos
E de tanta risada, imundos
Como a vontade mundana de se encontrar

Nos braços de quem se vê passar

E é tudo tão estranho
como a risada acompanhando o pranto
De quem é feliz com os amigos
E mesmo assim chora aos cantos...

Tantos cantos incontáveis.

segunda-feira, abril 28, 2008


O óbvio nunca se vê
Na superficial mente de quem se vende
E venda os olhos das crianças que acreditam
E acabam sem saber o que fazer

É tão normal pra todos
Não construir, manipular
Colaborar pra instigar
O monstro da ingnorância dos outros

Nunca iremos ver o sol como é
Se não lutarmos com fé
Pra que um dia esse véu acabe

No chão, pisado
E não nos trate como um simples quadro...

De frutas, mesas e cadeiras sem sentido.

Sanidade Sanitária





Eu sei que todos estão loucos

e eu também
mas sanidade não se vê
e vamos morrendo aos poucos

Mas o que é ser são
Conhecer o bem?
Ser forte de coração?
Não, quero ver o que vem

Pode não ser o que eu quero
Mas quisera eu controlar e ser normal
Pois viver é calmo e frenético
Combinação entre o revigorante e o fatal.

segunda-feira, março 24, 2008

Produto do Meio


Produto do meio
Entorpecido eu me sinto
alentando minhas feridas
calos de pessoas que se foram
e continuam indo

E eu quero tanto tudo
que acabo me enchendo
e andando, e andando
pra chegar ao fim

Nunca acontece
mas desaparece e explode de novo
com tudo o que tinha dentro
fazendo uma ferida maior
outro rastro de horror

Que estranhamente se torna amor
de tudo e todos
da vida dos outros
que te ouvem e não
pois são e não estão

Dentro do peito
entorpecido e marcado
seco e dilacerado
produto do meio.

domingo, março 16, 2008

Olhos à Procura

Meus olhos mostram quem sou,
mas também te mostram com estou
sem vontade de abrir-me a esse mundo
onde tudo que era bom acabou

Sonâmbulo, procuro bondade,
ternura, que talvez só encontre em suturas
causadas por palavras sutis e gestos vazios
mas causando o choque de êxtase de dois corpos
cansados de serem frios

E se esquentam até virarem cinzas de novo...
...aos olhares à procura do insano.

É Sempre Assim


sem sangue, sangrando
com vida, morrendo
sem tuas mãos ao redor, sem teu suor no ar
esperando por algo maior
e é sempre assim...

maior que a loucura
e ela é a maior
mais forte que a apatia encontrada em seu corpo
mas o poço de almas secou
e é sempre assim...

sem ar, respirando
o nada, o mundo
que maldito conto de fadas
que malditas palavras sufocadas
que folhas malditas de poemas queimados
e é sempre assim...

e isso tira tanta força daqui
que parece enevoar todos os pensamentos
bloquear toda a energia de outros alentos
petrificar o coração já esmagado
e é sempre assim...

quarta-feira, março 12, 2008

Não Sou Seu


Não me trate como sendo seu,
pois não sou
apenas estou
aqui, junto de você
no breu.

Breu de pensamentos turvos,
águas claras,
sentimentos límpidos
onde você chora
com a maquiagem borrada.


Borrada de verdades,
Borrada de silêncios,
em meio à vaidades,
em meio ao extravasamento.


extravasamento de você em mim,
como um rio sem fim
que passa e passa
mas continua ali.


está aqui, mas não é meu
pois é seu o sentimento
que outrora tu negou
só pra depois esquecer o lamento.


Lamento te dizer, não sou seu
mas estou aí
e seria seu se fosse meu
mas tudo que é meu se desfez no seu
quem agora sou eu?

Encontros



Encontros desencontrados
vidraças quebradas
pensamentos vagos

águas passadas

Que vêm e vão
pra fazer lembrar
mas que acabam passando
de olhar em olhar

E mesmo que algo esteja faltando
despedaçado dentro
eu sei que você vai estar aqui
me cedendo um alento
só pra me ver sorrir

Reconstruir tudo que se foi
fazer do choro uma música pra depois
e o abraço, momento de agora
por que enquanto estamos aqui
tem muita vida lá fora.

terça-feira, março 11, 2008

O Choro


A chuva cai
e vem lavar
as mágoas saem
como o sangue a rolar

Como uma bola de neve
vermelha dura
mas real e pura
como o chão que se pisa

E quando passa vem o sol
aquecer de novo o que se foi
o que esfriou por não ser
o que acabou sem saber

como algo que não sai
apenas pra atordoar
as lágrimas que caem
como o sangue a rolar

E nada disso acabou importando
e todas as forças foram ficando
mas tudo isso que falo vai chover de novo
como fantasmas do passado, do sufoco
e devorar as lágrimas e o sangue,
o choro.

Nos Meus Olhos


Olhe nos meus olhos

o que você vê
você?
não.

Olhe ao seu redor
tente me encontrar
mas não se perca
não perca o ar

Esse fôlego que aparece
as vezes te faz esquecer
que pode sumir a qualquer segundo
e entorpecer a sua mente com o que está no fundo

não vê?
sou eu.
nos teus olhos
no teu rosto
na tua boca
na tua alma

Olhe nos meus olhos
o que você vê
você?
não,
nós.

De Vez Em Quando


De vez em quando
a dor aumenta
de vez em sempre
o coração não agüenta

Mas se tudo isso tem que acontecer
que seja.
Passos descontínuos me acompanham
ouvindo músicas de tons foscos
perto de sereias cantando
e o lamento dos ogros.

e quem se importa?
pode dormir que eu não ligo.

E o olho vê tudo,
mas não quer ver
a noite vem chegando
depois do entardecer
e as pedras vão rolando
sem saber onde parar
e fazendo esquecer
a dor de estar amando.

segunda-feira, março 10, 2008

Insonia


Insonia
vazio forte
cheiro de amônia
olhando ao norte

e o cansaço continua
mas a penumbra camufla
de forma estranha
o que a loucura não sana

e você anda
caminha e corre
pra saber o que tanto sangra
acaba não descobrindo, se desvia e morre

mas vive de novo
como uma troca de peles
deixando o que é velho, oco
enquanto a nova vida se ergue.

domingo, março 09, 2008

Sofrer


Sofrer já não importa mais

o horizonte se abriu

trazendo o sorriso do mar

aquele que ninguém viu


Cheio de luz, como o próprio sol

iluminando a noite

pra todos sairem

e prepararem o açoite


Chicotadas de penumbra

confortavelmente dolorosas

por saber que a vida acaba

sem se ter feridas profundas


O prazer em conhecer é destrutível

e quando a noite cai, a vida se perde

pra se achar nas cicatrizes mais possíveis

de pessoas que se cruzam na vida


E por isso sofrer não é algo importante

é algo natural, como a fala de um dialéto banal

fazendo entender no simples

o que se esconde nos ditos pensamentos especiais.